Vamos pensar a estratégia reputacional da sua marca!

Quando partimos para essa saga, o plano não pode ser raso, tão pouco inconsistente e, acima de tudo, ele precisa fazer parte da memória corporativa. Mas, para criar uma estratégia reputacional, é preciso ter como base o neologismo oriundo da palavra REPUTAÇÃO, que significa de forma direta a opinião de um público em relação a marca.
A estratégia precisa estar alinhada a valores facilmente percebidos por qualquer público que busque referencia da empresa, dessa forma, quando tentamos fomentar uma reputação a partir de questões subjetivas e questionáveis, a incoerência toma o lugar de destaque na ação. Há uma corrente de pensamento atual que considera válido que a empresa, independentemente do seguimento, tenha como base da sua comunicação pelo menos um desses pilares: Responsabilidade ambiental ou social.
Diante disso, por uma questão de pressão social, tenho percebido um ruído quando o assunto é o que a empresa de fato tem em seu planejamento como prioridade e a forma como ela comunica tudo isso aos seus Stakeholders. Por exemplo, quando temos acesso a comunicação da Vale, a empresa expressa o seguinte: “Redescobridores aprenderam a encontrar riquezas. Redescobridores investem em pesquisas para preservar o meio ambiente.”
No entanto, na prática essa mesma empresa que se comunica de modo tão responsável, tanto social como ambiental, acaba de protagonizar em menos de 4 anos duas fortes cenas de descaso com todas as partes interessadas em seu processo de atuação. De que forma a reputação desta marca e de todas as outras que estão envolvidas de modo direto ou indireto estão sendo afetadas?
No entanto, na prática essa mesma empresa que se comunica de modo tão responsável, tanto social como ambiental, acaba de protagonizar em menos de 4 anos duas fortes cenas de descaso com todas as partes interessadas em seu processo de atuação. De que forma a reputação desta marca e de todas as outras que estão envolvidas de modo direto ou indireto estão sendo afetadas?
Nesse ponto, faço menção ao que citei no início do texto, a empresa necessita ter memória corporativa, logo a preocupação com a história e detalhes acerca da sua criação, os desafios enfrentados e erros cometidos até a consolidação da empresa, é o que gera o engajamento do consumidor por meio de credibilidade e também confiança.
Existe neste contexto uma história que conte algo mais forte que os crimes ambientais recentes?
Considerando o exemplo da empresa Vale, essa parte será mais difícil de alcançar!
Certamente, desconstruir a realidade por meio de técnicas de comunicação não é o melhor caminho. Atualmente as pessoas fazem parte do processo da construção das histórias e consolidação das marcas e diversos públicos ajudam a contar por diferentes perspectivas a versão dos fatos. Os canais de comunicação sobre as marcas não são mais controlados apenas por profissionais atuantes na empresa, mas pela população de modo geral. E quando as questões sociais e ambientais são diretamente afetadas todos se sentem fazendo parte do processo e irão se expressar de alguma forma.
A reputação de uma marca não é criada apenas com postagens isoladas em redes sociais, ou com o uso de ferramentas de automação de marketing. O engajamento não ocorre de forma automatizada e é sustentando por caminhos fortuitos. Foi-se o tempo da comunicação unilateral, do público consumidor sem voz e de uma população podada a esboçar reações que dependiam de um call center com um atendente seguindo um script pronto e reportando aos softwares de gestão apenas informações que eram consideradas importantes.
A estratégia reputacional de uma empresa é constituída de forma contínua e precisa ter profissionais aptos a lidar com as demandas dessa realidade, o que é repassado ao público precisa ser vivenciado por seus colaboradores e evidenciado pelos fatos corriqueiros de atuação da sua marca no mercado.
Logo, quero chamar a atenção para que o ocorrido com a Vale nos sirva de lição para que possamos desprender mais energia em questões como:
- Priorizar a criação de conteúdo que ajude as pessoas a viverem melhor
- Alinhamento da prática empresarial ao discurso comunicacional
- Atenção para as licenças sociais adquiridas
- Atuação real e constante nas causas sociais
Primeiro precisamos ser bons para as pessoas e depois pensar em fazer negócios!
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