Entre razões e emoções, o futuro das marcas é buscar verdadeiras conexões

Em um contexto social interativo, tecnológico e empoderado, as distâncias entre as marcas e os consumidores (ou fãs) se encurtou, possibilitando interações instantâneas e em tempo real.
Nesse sentido, os maiores anunciantes históricos de rádio, televisão e qualquer mídia de massa (que ainda continuam sendo as mais poderosas) começaram a perder espaço para outras marcas, que identificaram novas oportunidades e possibilidades de exporem seu conteúdo para buscaram relevância junto às pessoas, principalmente por meio da internet. Essa mudança tem provocado uma verdadeira reinvenção no contexto da comunicação social e de massa.
Disputar a atenção ou um espaço no coração?
Antes, anunciantes disputavam espaços publicitários e encontravam maneiras de chamar a atenção das pessoas. Hoje, isso não é mais suficiente. Porque nossa atenção está muito subdividida entre telas e interrupções.
A partir dessa transformação, as marcas têm entendido que precisam disputar um espaço no coração das pessoas. Dessa forma é que podem se fazer relevantes de forma consistente. Emocionar e engajar funciona mais do que impactar.
E, aí, o desafio se lança. Para assumir espaços emocionais na vida das pessoas, as marcas precisam se aproximar do universo delas, tornando-se verdadeiras amigas do consumidor. E amigo que é amigo participa do mesmo contexto social, o que implica em dividir e multiplicar os mesmos temas e assuntos que geram afinidade entre um e outro. Como em uma amizade.
Assim, as marcas que pensam dessa forma e buscam esse raciocínio criam estratégias para se aproximarem das pessoas a partir da aquisição e apropriação de temas e causas sociais compatíveis com seu público. Então, colocam-se como alguém próximo, que pensa e defende a mesma causa e que está preparado para falar sobre o assunto de interesse, gerando a tal da afinidade poderosa, em tempos onde o digital coloca todos democraticamente com a mesma capacidade de ser, interagir e engajar, dentro do mesmo espaço.
Posicionamento é renúncia, doa a quem doer
E, se posicionamento é renúncia, uma marca que apoia determinado tema ou causa não pode estar junto de quem vai contra tal cultura ou associar sua imagem à alguém que pensa diferente. Seria como uma pessoa que tem opiniões contrárias sobre o mesmo assunto.
Recentemente, acompanhamos o episódio em que o Youtuber Júlio Cocielo se complicou ao emitir comentário racista em um de seus vídeos.
Internautas, instantaneamente, fizeram buscas e trouxeram à tona outras mensagens antigas, também com conteúdo imoral, o que, rapidamente, fez marcas patrocinadoras romperem parceria com o influencer, receosas de terem impacto negativo transferido para sua imagem.
Imediatamente às suas falas racistas, Cocielo sofreu impacto e distanciamento das marcas que foram contra sua opinião – seguindo os consumidores dessas marcas. Ou melhor. O coração desses consumidores. Quer prova de amizade melhor que essa? Quanto vale o posicionamento de uma marca? Quanto vale uma conexão verdadeira?