Quando falamos em inovação, tradicionalmente se pensa em algo que ninguém tenha pensado antes, algo realmente novo! O radical da palavra fica diretamente relacionado. Agora, pensar em inovação nem sempre significa novidade ao pé da letra. Em tempos de sustentabilidade, tudo o que podemos pensar sobre inovação pode passar pelo escopo da reutilização de ideias antigas. Pois mesmo que estas não tenham sido aplicadas, ou talvez não tenham atingido o objetivo que se propuseram, tem uma lasquinha de coragem, expertise, criatividade e INOVAÇÃO ali!
Muitas vezes as ideias são aplicadas sem uma preocupação com o planejamento. Sem a distinção de valores, de objetivos específicos para as ações. Poucas ideias saíram do papel e foram perfeitamente alinhadas sem um bom planejamento. Penso ainda que a pequena falange de ideias que chegaram lá teve uma genialidade tamanha por trás, que por si só já eram objetivas e planejadas. Mas estamos falando de gênios!
Muitas empresas têm em seu cerne uma característica muito presente de criatividade. Principalmente em tempos de internet, onde tudo se descobre rapidamente, compartilhamentos estão sendo feitos com a mesma rapidez que se lê um cartão de visita.
Desse modo, onde está a característica mais presente dessa empresa? Ela inova por tendência, porque existe uma grande pressão da concorrência e dos clientes para que os produtos ou serviços estejam sempre suprindo expectativas? Ou o padrão dessa empresa é inovar? A característica mais recente das startups espalhadas pelo mundo é estar à frente de todo mundo. Ter ideias criativas está dentro da sua missão e valores. Quero então propor um exercício simples de raciocínio, onde cada empreendedor, aquele que é portador da característica mais importante da cadeia de valor, a criatividade, possa pensar no seu método de inovação.
Empresas que se mantém no mercado há bastante tempo precisam se manter ativas, criativas e dentro do escopo de produtos e serviços que os seus clientes necessitam. Inovar nem sempre precisa ser relacionado a produtos ou serviços diferentes. Também podemos relacionar inovação a um processo importante ligado à entrega. Muitos dos maiores grupos internacionais de varejo estão ganhando cada vez mais mercado descobrindo o que os clientes querem: agilidade. Seus produtos muitas vezes são os mesmos, porém o atendimento e a garantia de entrega são seus principais ativos. Inovar significa buscar uma NOVA visão das coisas, retirar aquela fixidez funcional que compromete a relação com os clientes mais exigentes.
Segundo Kotler (2011), está acontecendo com a inovação o que aconteceu com o marketing há tempos atrás. Poucos profissionais estão preparados para inovar e utilizar-se de técnicas e metodologias de inovação. A inovação ainda é tratada como sinônimo de tecnologia, o que é um grande engano e uma visão muito limitada.
“Hoje a inovação, como ramo do gerenciamento, está subdesenvolvida […] quando uma empresa limita a sua abordagem ao departamento de pesquisa e desenvolvimento (P&D), ela perde o potencial criativo dos profissionais que trabalham em outros departamentos.” (KOTLER, 2011).
Para facilitar a compreensão sobre a dificuldade das empresas em inovar, o autor ainda cita sete problemas mais comuns, barreiras e restrições à inovação.
1. O que a inovação realmente significa?
2. Atribuição imprecisa de responsabilidade. Quem é o responsável pela inovação?
3. Confundir inovação com criatividade.
4. Falta de arcabouço. É muito difícil pensar em como fazer as coisas de maneira diferente enquanto elas realmente estão sendo feitas.
5. Falta de controle.
6. Falta de coordenação.
7. Falta de foco no cliente. Qual é a diferença entre uma ideia e uma inovação? Resposta: a inovação oferece mais valor para o cliente. Ponto chave: atualmente é difícil inovar se não prestarmos atenção ao consumidor final.
É preciso estudar bem as características da empresa para poder estabelecer bons parâmetros na hora de inovar. É preciso pensar no futuro, olhar bem lá na frente e poder imaginar tendências. Desenvolver diversas linhas de raciocínio e planejar. Nenhuma empresa tem a receita perfeita para cada público. Mesmo porque o público a cada dia sofre novas influências e altera o seu pensamento. Cabe ao empresário estar constantemente atualizado no seu setor e ser capaz de chegar bem próximo do pensamento do seu cliente. A inovação está diretamente ligada à forma que fazemos as coisas. Podemos acertar ou errar, podemos entregar no prazo ou não. Podemos saber o que o nosso cliente quer ou não. Essa não necessariamente precisa ser uma escolha, mas sim um objetivo. Podemos estabelecer ações para que conheçamos cada vez melhor os nossos clientes, desse modo, podemos agradar cada vez mais.
Não existe cliente mais satisfeito como aquele que recebe em casa uma lembrança pelo seu aniversário. Clientes satisfeitos retornam sem ser convidados! Os clientes clamam por atenção, ao mesmo tempo, estão dispostos a substituir uma marca que atinja melhor esse objetivo. Inovar é pensar com a cabeça do cliente, entregar a ele o que ele estava pensando nos seus sonhos. Não estamos falando de reinventar a roda. Apenas um método simples de se colocar no lugar do cliente quando ele diz: – Você me entende? A não tão famosa “empatia” deve estar sempre presente entre empresas e clientes, onde uma escorregadela pode comprometer um relacionamento bem antigo. Essa coerência com ação e resultados é capaz de manter um cliente insatisfeito com a compra, pois ele entende o que acontece. Do mesmo modo que a empresa deve perceber a insatisfação e pode reparar prontamente esse problema, pensando sempre na melhora do processo para que nada parecido possa ocorrer novamente. Quando o problema é resolvido de forma satisfatória, e de preferência antecipada, – sem a necessidade de o cliente entrar em contato com a central de relacionamento – ao invés de termos alguém falando mal da marca, teremos um novíssimo cliente satisfeito fazendo boa publicidade a nosso respeito. E é sempre bom lembrar: publicidade é de graça!
Referência: BES, Fernando Trias de; KOTLER, Philip. A Bíblia da Inovação. Ed. Lua de Papel, 2011.

Jonatan Fortes
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5 comments
Decio Ferreira da Silva says:
mar 17, 2014
Muito interessante… Todos os artigos que já lí são super relevantes ao nosso mercado, muito legal.
Um abraço…
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Luciana says:
mar 19, 2014
Achei muito bem colocado o tema: ficamos quase que perturbados, nos obrigando a criar novidades eternas para competir no mercado, quando que o melhor a se fazer é se concentrar em como podemos gerar melhores e mais satisfatórias experiências de nossos clientes e futuros clientes com nossa marca. Isso necessita de inovação constante! Obrigada e sucesso!
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Jonatan Fortes Reply:
abril 10th, 2014 at 15:19
Muito obrigado Luciana! Realmente a ideia foi sacudir com o pensamento do leitor. Quando ficamos estagnados, fatalmente deixamos de analisar mais adequadamente as situações. Sair da zona de conforto é atender o cliente dentro dos seus maiores anseios.
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Katiane Mattos says:
abr 10, 2014
Para mim a principal frase deste texto é “Inovar é pensar com a cabeça do cliente”.
A diferenciação no mercado pode ser a agilidade, mas também pode ser a exclusividade, ser caro ou barato, ter qualidade ou não, o importante e o grande desafio dos empreendedores é descobrir exactamente quem é o seu cliente e estar preparado para cobrir essas necessidades.
Só não concordo com a frase “a publicidade é de graça”, tudo exige ou tempo ou dinheiro, ou as duas coisas…
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Jonatan Fortes Reply:
abril 10th, 2014 at 15:26
Exato Katiane! A ideia é poder atender às necessidades do cliente. Muitas vezes ele não é sensível ao preço, ele valoriza o produto ou serviço por outros elementos menos tangíveis. Quanto ao termo “publicidade”, me referi ao que se faz quando a marca é citada sem a contrapartida financeira, isso ocorre muito comumente quando o produto é reconhecido amplamente, o que lhe rende comentários, citações e até mesmo matérias jornalísticas ou artigos, como o meu mais recente texto onde mencionei a marca Coca-Cola. Fico muito grato pelas palavras! Continue acompanhando o site!
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